A Santa Casa da Misericórdia de Santiago do Cacém não vai conseguir pagar os salários do mês de Setembro aos cerca de 80 funcionários das suas unidades de Cuidados Continuados (UCC), revelou esta semana a Rádio M24 (Santiago do Cacém).
A notícia foi confirmada pelo provedor da instituição, Jorge Nunes, que citado pela M24 adiantou que em causa estão os vencimentos dos cerca de 80 trabalhadores que garantem o funcionamento das UCC de média e longa duração, que funcionam no edifício do antigo Hospital Conde do Bracial, em Santiago do Cacém.
"Desde 2017 até agora o aumento que houve para as UCC foi de 0,03%, um valor ridículo, e os salários mínimos aumentaram 17%. Em Julho, as duas unidades já vão com 122 mil euros de prejuízos, quando chegarmos ao final do ano, vamos com 250 ou 300 mil euros de prejuízos. Isto é insuportável", sublinhou o provedor à estação de Santiago do Cacém.
Esta situação levou a mesa administrativa da Misericórdia de Santiago do Cacém a convocar uma Assembleia Geral extraordinária para esta sexta-feira, 2 de Outubro, por forma a que os irmãos da instituição possam aprovar a venda de um imóvel e "um financiamento para arranjar dinheiro para pagar os trabalhadores", revelou Jorge Nunes.
Ainda assim, acrescentou o provedor à M24, esta é uma situação "insuportável", que não pode ser minimizada "à custa da venda de património e de endividamento da instituição".
"O Estado tem de olhar por isto e se, esta situação não for resolvida, a única solução é fechar a UCC, porque o Estado não cumpre com o que devia. Manda aumentar o vencimento dos trabalhadores e não aumenta as suas comparticipações", acrescentou Jorge Nunes à M24.