Cumprida a 10ª edição do "Orçamento Participativo" (OP) da Câmara de Odemira, o vice-presidente da autarquia, Ricardo Cardoso, faz um balanço "positivo" da iniciativa em 2020 e em entrevista ao "SW" deixa uma garantia aos odemirenses: "Em 2021 vai continuar a haver OP em Odemira".
Que balanço se pode fazer da edição deste ano do "Orçamento Participativo" (OP) de Odemira, até pelas circunstâncias especiais que rodearam o processo este ano?
É evidente que, além dos números da participação, tivemos um processo de OP distinto, diferente e adaptado às circunstâncias actuais. E tendo em conta essa adaptação, o balanço é realmente positivo, porque conseguimos levar por diante o nosso objectivo, que era a concretização da 10ª edição do OP de Odemira. É evidente que o processo este ano, tendo em conta as circunstâncias referidas, levou a que tivéssemos de adaptar um conjunto de regras e a principal deles foi fazer um processo 100% desmaterializado. Acho que o conseguimos fazer de forma muito efectiva e profissional, não sem que este processo se tenha de facto ressentido ao nível da participação. É evidente que o número de votos este ano não é comparável ao número de votos do ano passado, pois estamos a falar mais ou menos de um terço dos votos. Mas levámos o processo por diante! Acho que é, de facto, um processo positivo e estou muito contente por Odemira ter tomado a opção que outros municípios não tomaram de continuar a promover a participação cívica, desta vez um pouco mais à distância.
Esta foi a 10ª edição do OP. Que balanço já se pode fazer deste processo ao longo destes 10 anos de implementação?
Desde logo, este é um processo conhecido e reconhecido pelas gentes de Odemira. Quando se fala de OP toda a gente sabe identificar o que estamos a falar e a participação foi sempre muito efectiva por parte dos odemirenses. Recordo que chegámos a ter o OP mais votado do país, tendo em conta a população que o podia fazer. Além do mais, tivemos uma capacidade muito interessante de chegar a todo o território, com projectos concretizados em todo o território. Aliás, no balanço que fizemos durante a cerimónia [de entrega dos prémios de 2020] tivemos oportunidade de fazer uma retrospectiva daquilo que são as obras e a sua concretização. Contente estaríamos se tivéssemos 100% de concretização, mas temos 82%, que é seguramente uma das taxas mais altas do país! E isto é a prova provada que as pessoas podem ter as suas ideias e fazer as suas propostas, que nós estamos cá para as concretizar.
Concluído o OP 2020, já está alguma coisa definida relativamente à edição de 2021? Vai manter-se este modelo temático e 100% desmaterializado?
A primeira fase do OP de 2021 vai iniciar-se com uma avaliação clara daquilo que foi este processo e será com base nessa avaliação tomaremos a devidas decisões. Uma coisa não tenho dúvidas: em 2021 vai continuar a haver OP! Já o modelo, as regras e as alterações que vieram a surgir serão com certeza aquelas que entendemos que resolvem alguns dos problemas detectados com a avaliação.