A EllaLink anunciou esta semana que o seu sistema de cabos submarinos de baixa latência de última geração já ancorou em Sines, a partir de onde se estabelecerá a ligação da Europa à América Latina.
Trata-se de uma operação de investimento de 150 milhões de euros, sendo que o cabo deverá ficar plenamente operacional "no segundo trimestre deste ano", proporcionando um nível de conectividade internacional sem precedentes entre os dois continentes.
Ao criar uma rota directa mais curta entre a Europa a América Latina, evitando a passagem por países terceiros, a EllaLink reduz a latência em 50% em comparação à actual infra-estrutura, atingindo um valor real inferior a 60 ms entre Portugal e o Brasil.
Para o CEO da EllaLink, Philippe Dumont, a chegada do cabo a território português é motivo de "grande orgulho", acrescentando que "a EllaLink vai continuar a contribuir para o desenvolvimento internacional, impulsionando igualmente o local, através da transformação digital de empresas e organizações em Portugal".
Já o secretário de Estado da Internacionalização diz que "a chegada do cabo submarino de telecomunicações EllaLink inaugura uma nova era económica nesta região".
"A EllaLink não só nos trouxe um cabo submarino de telecomunicações directo entre a União Europeia e a América do Sul, importantíssimo no contexto global, como também a possibilidade de uma parceria mais ampla em que, juntos, vamos desenvolver um hub de estações de amarrações de cabos e centros de dados aqui em Sines", salienta Eurico Brilhante Dias.
O governante acrescenta que, "graças a este esforço conjunto e com o importante apoio de outros parceiros, desde logo a Câmara Municipal de Sines, lançamos agora o Sines Tech - Innovation and Data Center Hub, que confere a Sines excelentes condições para acolher os grandes players internacionais de telecomunicações e da economia digital."
Por sua vez, o presidente da Câmara de Sines considera que "a ancoragem do cabo submarino é mais um passo para concretizar um projecto que vem diversificar e criar valor para a economia de Sines".
"Além do porto e de sectores estratégicos com como as energias, a petroquímica e a metalomecânica, passamos a ter também uma palavra a dizer no sector tecnológico, baseado na inovação e no conhecimento e sem pressão ambiental", diz Nuno Mascarenhas.
O edil acrescenta que "esta é uma oportunidade" que Sines não pode desperdiçar.
"Fixando em Sines empresas e projectos científicos ligados ao cabo submarino, Sines tornar-se-á também muito mais apelativo para a atracção de quadros altamente qualificados e para o desenvolvimento de massa crítica no nosso concelho", conclui Nuno Mascarenhas.