A integração de migrantes representa "mais de dois terços" daquilo que é a área de intervenção social da TAIPA no território de Odemira, reconhece ao "SW" a vice-presidente da cooperativa.
Segundo Teresa Barradas, a instituição está "muito focada na integração de migrantes porque é realmente uma necessidade efetiva do território". "A TAIPA sempre esteve muito atenta e na linha da frente daquilo que são as necessidades" de Odemira, "em articulação sempre com os nossos parceiros financiadores e não-financiadores", acrescenta.
De momento, são vários os projetos da TAIPA nesta área, em que se destaca o CLAIM enquanto gabinete de acolhimento, informação e apoio descentralizado aos imigrantes que afluem ao concelho, "no âmbito do acolhimento e integração, no cumprimento das estratégias definidas a nível nacional e local".
A este juntam-se ainda o projeto "GiraMundo", focado no "diálogo intercultural" enquanto "veículo de integração", e o "ST-E8G", destinado a crianças e jovens entre os seis e os 30 anos, em situação de exclusão e/ou vulnerabilidade social e/ou descendentes de imigrantes.
Mais recente é o projeto "Mulher a uma só voz", para o "empoderamento" de um público "mais invisível", as mulheres imigrantes. "Está a ser um trabalho também muito interessante", reconhece Teresa Barradas.
O GIP Imigrante, que visa apoiar esta comunidade no seu percurso de inserção ou reinserção no mercado de trabalho, é outro dos projetos da TAIPA, que tem igualmente uma equipa de mediadores interculturais para ajudar os imigrantes nos serviços públicos e promove cursos de Português como "língua de acolhimento".
Teresa Barradas explica que em todos estes projetos a TAIPA aposta na "proximidade", uma forma de trabalhar que a pandemia "veio abanar um bocadinho", além de ter, aquando da cerca sanitária em São Teotónio e Longueira/Almograve, trazido à tona "algum desconforto social" entre locais e migrantes.
"Mas aquilo que vejo neste regressar que estamos a ter é que há uma aceitação clara" dos migrantes pela comunidade local, que "tem sido tolerante e respeitosa", diz esta responsável, lembrando que este é um caminho que está a ser percorrido há quase 10 anos.
Ainda assim, conclui, "é claro que vai ser sempre um desafio trabalhar o acolhimento dos dois lados, não apenas de um".