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12h22 - quinta, 07/09/2017
Bom senso e sensibilidade
Carlos Pinto
A associação Zero está preocupada com o aumento da agricultura intensiva na área do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (PNSACV). Tal como o "SW" lhe conta na página 7 desta edição, os ambientalistas estão preocupados com o que dizem ser a falta de controlo da actividade na região e até já questionaram o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas "sobre a execução de medidas e o cumprimento das normas ambientais previstas no Plano de Ordenamento" do Parque Natural. Em causa, acrescentam, está ainda o facto de a agricultura intensiva praticada na área do perímetro de rega do Mira, que é abastecido pela barragem de Santa Clara, se estender por 41 quilómetros e ocupar 15 mil hectares, fazendo do Sudoeste Alentejano (e do PNSACV) "um dos locais com maior intensidade agrícola do país".
Ora esta é uma questão que já não é nova no Alentejo Litoral, com duas visões bem vincadas. Por um lado, é por demais evidente que a região tem enormes potencialidades agrícolas, da fruticultura à horticultura e floricultura, que devem ser aproveitadas ao máximo, no sentido de ser criada mais riqueza e garantir o desenvolvimento económico local. Mas por outro lado, é inquestionável a necessidade de a agricultura não colocar em causa os valores naturais e ambientais de uma das regiões mais belas do mundo e que têm, igualmente, peso económico através do turismo de natureza e desportivo.
É por tudo isto que esta questão deve ser gerida com bom senso e sensibilidade por todas as partes envolvidas. Afinal de contas, num território tão vasto como o Alentejo Litoral há espaço para tudo e para todos. Assim se definam regras ainda mais concretas sobre o que se pode ou não fazer e como. E depois que haja quem as aplique com celeridade e eficiência. Se tudo isto acontecer, teremos seguramente um futuro mais rico sob todos os pontos de vista, do ambiental ao económico. E sobretudo, no plano social!