12h07 - quinta, 09/05/2019

Várias (II)


António Martins Quaresma
1. Acesso ao rio
Em tempos escrevi nas páginas do "Jornal Sudoeste" sobre o acesso ao rio Mira, a partir do bairro do Montinho, em Vila Nova de Milfontes. Na altura, ainda a situação não estava resolvida, mas insurgia-me contra a tendência de apropriação indevida, por particulares, de acessos públicos ao rio.
Recorde-se que um dos acessos tradicionais, a um recesso onde alguns habitantes de Milfontes têm os seus botes, fora cortado pela proprietária de uma casa próxima, originando a oposição de moradores, em especial dos directamente lesados.
No entanto, a situação corria o risco de se transformar num "facto consumado", como é muito comum. Só a firme e continuada acção de um dos moradores – Jorge Marreiros – levou a que autarquia e proprietária acabassem por reconhecer os direitos dos vizinhos e que, inclusive, a Junta de Freguesia construísse um lanço de escada de madeira, para melhorar a passagem, que, não sendo sumptuosa, está funcional.
Terminou, assim, em bem, um conflito, que opôs os interesses público e privado, sendo que ao primeiro foi reconhecida, por todos, a razão que lhe assistia, inclusive em termos legais.

2. Costa Vicentina
Nos idos de 1986, quando foi decidida a criação da, então, Área de Paisagem Protegida do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina (depois Parque Natural) talvez não se imaginasse que a tentativa de individualizar a parte algarvia da área tivesse as consequências que teve.
De facto, até aí, fora usada a designação simples de Costa Sudoeste, consagrada entre os biólogos, para toda a costa, incluindo a parte alentejana e a algarvia, que significava a existência de uma certa unidade paisagística e biológica. Ao segmento de costa algarvia, nos concelhos de Aljezur e Vila do Bispo, alguém, porém, decidiu propor, durante as reuniões que conduziram à classificação da área protegida, que se chamasse "Vicentina", em referência ao Cabo de São Vicente. Nome que, não tendo tradição geográfica, possuía certo sabor, dir-se-ia, turístico.
O problema é que, como "Vicentina" fica no ouvido e a insciência geral prefere coisas simples e fáceis, bem depressa muita gente desatou a chamar "Vicentina" também à costa alentejana. Mais: o termo autonomizou-se do nome do Parque Natural e "geografizou-se".
Finalmente, a "cereja no topo do bolo": a criação da conhecida Rota Vicentina, boa parte dela no Alentejo e até fora do Parque, numa visão de eficácia comercial, impôs definitivamente o nome de "Vicentina", muito para além, do que fora pensado quando foi criado. Apenas alguns puristas ou no seio de estudos sobre o território se mantém a diferença.
Dir-se-á que daqui não vem mal ao mundo e que até há ganhos com isso. Talvez, mas convém reflectirmos sobre a razão das coisas. Em todo o caso, a mim nunca ninguém me ouvirá dizer que a foz do rio Mira ou a Praia do Malhão, como exemplos, ficam na Costa Vicentina. Por uma questão de rigor!



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