12h03 - quinta, 03/09/2020
Uma questão de justiça
Carlos Pinto
Os eleitos da Assembleia Municipal de Odemira, por iniciativa da bancada do PS, vieram a público reiterar o seu "desagrado pela falta de compromisso" do Governo face à degradação da rede viária nacional que atravessa o concelho, num processo, argumentam, "que se arrasta há dois anos", com os inevitáveis constrangimentos (e prejuízos) para a população e economia local.
Tal como o "SW" lhe dá a conhecer na página 8 desta edição, e de acordo com a moção aprovada por todas as forças partidárias representadas na Assembleia Municipal de Odemira, da direita à esquerda, este desagrado "resulta, sobretudo, pelo facto de terem passado dois anos desde a data em que foi debatido e apresentado neste órgão um conjunto de problemas detectados em troços que careciam de intervenção urgente, o que foi minuciosamente reportado a diversas entidades".
Entre estes, os eleitos destacam a inexistência no concelho de qualquer ligação em troços de auto-estrada, itinerário principal e/ou itinerário complementar, além de serem vários os troços em mau estado nas estradas nacionais (EN) 120, 123, 263, 389, 390 e 393.
Ora o posicionamento da Assembleia Municipal de Odemira parece-nos ser perfeitamente adequado a uma situação que há muito ultrapassa os limites do razoável. Garantir a igualdade de direitos a todos os seus cidadãos é indiscutivelmente um dos deveres do Estado e isso, no caso concreto do concelho de Odemira, não sucede nas acessibilidades rodoviárias, assim como em muitas outras áreas.
Por tudo isto, é de elementar justiça que os representantes da população se manifestem contra esta situação verdadeiramente vergonhosa, exigindo que de uma vez por todas se comece a atalhar caminho e a resolver alguns destes problemas há muito identificados. E é imprescindível que, de uma vez por todas, a empresa Infra-estruturas de Portugal venha a terreiro explicar porque não soluciona estas situações. Ou será que só as acessibilidades a Lisboa e Porto é que interessam?
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