16h33 - quinta, 12/10/2023
A barbárie está de volta!
Carlos Pinto
O grupo terrorista islâmico Hamas lançou, no passado sábado, 7, um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar. Só num festival de música pela paz, a decorrer perto da fronteiro entre Israel e a Faixa de Gaza, morrerem centenas de jovens, inclusive uma luso-israelita. Durante o ataque foram também feitos dezenas de reféns, levados para Gaza, entre os quais muitas crianças.
Em resposta a este ataque surpresa, as tropas de Israel, por ordem do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, bombardearam a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro". Depois, Israel concentrou cerca de 300 mil soldados na fronteira com Gaza, cortando o abastecimento de eletricidade e rejeitando a criação de corredores humanitários.
No total, os ataques do Hamas e a resposta militar israelita já fizeram milhares de mortos e de feridos, levando também muitos cidadãos estrangeiros incluindo portugueses a deixar Israel.
Tudo isto é fruto de uma barbárie que, ciclicamente, teima em voltar e em que a humanidade insiste e insiste e insiste. Numa era de enormes evoluções tecnológicas e sociais, há instintos medievais que teimam em permanecer bem vivos entre alguns. Já o tínhamos assistido na Ucrânia, em fevereiro do ano passado, voltamos a vê-lo agora na fronteira israelo-palestiniana. E vemo-lo todos os dias nos desembarques de migrantes em Lampedusa, nos atentados terroristas no Afeganistão ou nos combates tribais na República Centro-Africana. Entre tantos outros exemplos
Não é esta a sociedade pela qual tanto lutamos. Não é este o planeta em que queremos viver. Não é este o futuro que desejamos para os nossos filhos.
Haja, portanto, a capacidade de haver um diálogo pela paz, sem preconceitos religiosos, políticos ou raciais. Sem rancores e revanchismos. Com tolerância e capacidade de aceitar e respeitar a diferença. Caso contrário, nada restará que mereça um combate constante
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