14h52 - quinta, 12/06/2025
O ódio está a vencer...
Carlos Pinto
Os últimos dias foram assim:
"Um ator da companhia de teatro A Barraca foi agredido esta terça-feira, 10 de junho, por um grupo de extrema-direita, em Lisboa, quando entrava para um espetáculo com entrada livre de homenagem a Camões. [
] A diretora da companhia e também atriz Maria do Céu Guerra narrou à Lusa que foi por volta das 20h00, estavam os atores a chegar ao Cinearte, no Largo de Santos, quando se cruzaram à porta "com um grupo de neonazis com cartazes, programas", com várias frases xenófobas, que começaram por provocar uma das atrizes."
"O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo participou hoje, em Lisboa, numa cerimónia do 10 de Junho de homenagem aos ex-combatentes, na qual ouviu gritos de traição e insultos racistas devido à presença do imã de Lisboa."
"Um carro onde seguiam elementos da Claque Super Dragões, afeta ao FC Porto, foi incendiado por adeptos sportinguistas esta terça-feira, no Lumiar, na sequência de um duelo do campeonato de hóquei em patins. Dos cinco ocupantes, quatro ficaram feridos. Duas pessoas tiveram de ser hospitalizadas, entre elas o condutor."
Estas três notícias dizem respeito a factos ocorridos na passada terça-feira, 10 de junho, Dia de Portugal. Factos que nos devem preocupar de sobremaneira e que demonstram, na perfeição, o caminho de retrocesso civilizacional que estamos a percorrer em passo acelerado, instigado por fake news e falsas perceções que brotam constantemente das redes sociais.
Sem que nos tenhamos apercebido (apesar de todos os sinais latentes há muito evidentes), o ódio está a vencer. Será este um fim inevitável? Será este o país (e o mundo) que queremos deixar aos nossos filhos? Parece-nos bem que não, por isso a hora é de agir e condenar, sem peias ou "paternalismos", qualquer tipo de comportamento que não tem cabimento numa sociedade democrática, progressista e civilizada. É agora ou nunca. E depois não nos queixemos
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