Uma utente foi transferida na segunda-feira, 23, da Unidade de Cuidados Continuados (UCC) de Santiago do Cacém para a UCC da Misericórdia de Odemira (SCMO) sem que, como recomenda a Direcção Geral da Saúde (DGS), tivesse realizado o teste laboratorial à Covid-19. A situação é denunciada pelo provedor da instituição, que critica a actuação da Equipa de Coordenação Regional (ECR) do Alentejo da Rede Nacional dos Cuidados Continuados Integrados.
Em declarações ao "SW", Francisco Ganhão lembra que a orientação da DGS emitida a 20 de Março preconizava que para a admissão de novos residentes/ utentes nas UCC tinha ser realizado o teste laboratorial à Covid-19, assim como cumprido um período de quarentena de 14 dias, independentemente da avaliação clínica ou do resultado laboratorial.
Contudo, a utente que deu entrada na UCC de Odemira às 10h20 de segunda-feira, 23, não fez o teste ao novo vírus, o que causou enorme apreensão no seio da instituição. "Estamos a lidar com seres humanos e não com máquinas. E, como deve calcular, isto causa um grande pânico e instabilidade nas equipas", sublinha Francisco Ganhão.
O provedor da SCMO acrescenta que a senhora está "em quarentena" e "não apresenta sintomas". "Mas como sabemos, há pessoas que são assintomáticas", continua o provedor, garantindo que será a própria Misericórdia de Odemira a custear o teste a esta utente, por forma a tranquilizar a comunidade.
Tudo isto leva o provedor da Misericórdia de Odemira a deixar um apelo: "Ou trabalhamos todos no mesmo sentido, apostando na prevenção, e as tudo funcionam, ou acontece o que aconteceu no fim-de-semana no Norte" de Portugal. "Sabemos que isto é algo novo e que estamos todos num caminho muito estreito, longo e escuro. Mas temos de colaborar uns com os outros, senão é o caos total", frisa Francisco Ganhão.
A provedoria da SCMO já alertou a Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, através da ECR da Rede Nacional de Cuidados Continuados, para o sucedido, sem que tenha ainda obtido qualquer reacção ou explicação.