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18h27 - quinta, 27/07/2017
Os que uns escondem e outros ignoram!
Cláudia Silva
Nos últimos anos temos assistido a um crescimento do número de equipamentos sociais para idosos, quer no sector público, quer privado. Nas novas construções, à primeira vista é notória uma preocupação com os acabamentos, com a estética e o conforto. Num olhar mais profundo nota-se um investimento na privacidade e tentativa de promoção da autonomia dos idosos, nomeadamente, através da construção de quartos de menores dimensões, incluindo individuais, e casas de banho adaptadas. Contudo, os conceitos de mobilidade, autonomia, qualidade de vida e felicidade parecem ainda pouco presentes no dia-a-dia de alguns lares.
A partir do momento que o idoso vai para uma instituição porque, de alguma forma, já não lhe é possível permanecer no seu domicílio, seja por uma questão física ou cognitiva, aquele espaço passará a ser a sua casa. Como em todas as casas, existem regras próprias que devem ser respeitadas em prol da convivência em grupo. Contudo, o que se verifica na prática é que os cuidados são centrados na cultura organizacional e nos funcionários, em detrimento das pessoas e dos cuidados individualizados.
Mudemos de perspectiva: como se sentiriam a ser acordados todos os dias às sete da manhã para tomar banho? Ou a permanecer numa sala de convívio, não organizada por tipologias, em frente a uma televisão com um qualquer programa da tarde? Terão os idosos todos as mesmas necessidades, de forma a que sejam projectados espaços de lazer despersonalizados e actividades em massa? Por necessidades não se entende só as necessidades fisiológicas, pois a pessoa quando vai para o lar deveria poder aspirar mais do que apenas a satisfação das necessidades de higiene e alimentação! Refiro-me às necessidades de segurança, sociais, de status-estima e auto-realização!
Ainda temos um longo caminho a percorrer se queremos proporcionar qualidade de vida aos nossos idosos. É urgente que as entidades competentes não ignorem esta realidade e repensem a forma como é projectado o apoio social aos idosos e que envolvam as ordens profissionais no seu planeamento. O POSSÍVEL É O FUTURO DO IMPOSSÍVEL!