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10h16 - quinta, 11/03/2021
Uma vénia aos bombeiros!
Carlos Pinto
Há um ditado que diz que "só nos lembramos de Santa Bárbara quando troveja". O mesmo se pode aplicar aos bombeiros: só nos lembramos destes "soldados da paz", na sua maior parte voluntários, quando nos vimos numa aflição como um incêndio à porta de casa (ou dentro dela), quando a chuva faz os cursos de água transbordar ou quando necessitamos de algum tipo de transporte para serviços de saúde. Depois, lá são os bombeiros novamente remetidos ao esquecimento
Talvez por isso, e apesar do seu reconhecido papel fundamental na(s) comunidade(s), continuam a ser muitos os problemas associados aos bombeiros. Desde logo o financiamento do Estado, sempre deficitário face àquelas que são as necessidades de cada corporação.
A isto junta-se o facto desta resposta de socorro e emergência ainda ter por base o voluntariado (o que por si não é nada mau, pelo contrário), hoje em dia bastante difícil de conciliar com um cada vez mais dinâmico e flexível mundo laboral.
Depois, há a questão de os corpos de bombeiros estarem, quase na totalidade, ligados a associações humanitárias que, hoje em dia, têm de dar resposta a um crescente número de situações e exigências legais que vão muito para além do que se pode exigir a instituições geridas por voluntários (que na maior parte das vezes fazem "das tripas coração" para poder corresponder ao que é solicitado).
É esta realidade que deve obrigar-nos a uma séria reflexão sobre o futuro dos bombeiros em Portugal. Porque todas as questões atrás elencadas exigem respostas prementes e urgentes por quem de direito, neste caso o Estado. Se os bombeiros têm a "obrigação" de prestar um serviço público e o cumprem, também se deve exigir que o Estado não abdique do que devem ser as suas responsabilidades. Em que medida? Reforçando o financiamento destas associações (por forma a garantir estabilidade no efectivo das corporações); garantindo o fornecimento de equipamentos de protecção individual; assumindo os encargos com a aquisição de novas viaturas; ou cumprindo com os pagamentos a tempo e horas nos casos do serviços que os bombeiros lhe prestam (nomeadamente na área da saúde).
Posto isto, deixamos aqui uma vénia a todos os bombeiros que, não obstante as dificuldades enfrentadas diariamente, nunca regateiam a sua ajuda. E também uma vénia à Câmara de Odemira, pelo exemplo que dá ao Estado ao apoiar constantemente (e como poucos) as duas corporações de bombeiros do concelho.