O concelho de Odemira vai ter um apoio para a recuperação dos territórios ardidos no passado verão, através da criação de uma área integrada de gestão da paisagem. A medida, aprovada na passada semana em Conselho de Ministros, prevê um apoio total de 40 milhões de euros e abrange também o município de Castelo Branco.
Segundo a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, as novas áreas integradas de gestão de Odemira e de Castelo Branco vão permitir intercalar zonas de floresta, sobretudo autóctone, com zonas de agricultura e poderão trazer rendimentos aos proprietários, na perspetiva de que "prestam um serviço aos ecossistemas".
A ministra diz ainda que estarão disponíveis 40 milhões de euros para estas duas zonas, um valor acima dos cerca de 25 milhões de euros de prejuízos declarados após os incêndios, porque o objetivo não é apenas "repor aquilo que ardeu e ficou danificado, mas também introduzir medidas de resiliência".
Em ambas as zonas, o Governo pretende criar áreas integradas de gestão da paisagem, com intervenções "no sentido de ordenar em termos florestais o território, de intercalar a cultura da floresta" mais adequada à região, mais autóctone, "com a agricultura", explica.
A ministra salientou igualmente que este "é um projeto de médio e longo prazo" para Odemira, que está incluída na Rede Natura e "é muito sensível em termos de biodiversidade", mediante um sistema que permitirá "trabalhar com os proprietários dos terrenos", nos quais predomina o minifúndio e a propriedade privada, encontrando "uma equipa que faça a gestão e o ordenamento florestal dos territórios, bem como o agrícola".