O Agrupamento de Escolas de Odemira (AEO) continua a dinamizar a prática do voleibol feminino no âmbito do Desporto Escolar, contando neste ano letivo de 2023-2024 com uma equipa no escalão de Iniciadas e não de Juvenis, como nos anos transatos.
O projeto é liderado pelo professor David Pereira, que integra o Grupo de Educação Física do AEO, que explica ao "SW" que a reestruturação realizada "assenta em dois pilares fundamentais: a potenciação de jogadoras para o futuro e o aumento da prática de atividade física no concelho de Odemira".
"O primeiro pilar desta reestruturação, tem como base potenciar jogadoras para que, no futuro, o concelho de Odemira possa voltar a ter atletas no escalão de Juvenis. Para isso é importante ensinar e incutir as bases e o gosto pelo voleibol desde idades mais novas, para que em idades mais velhas possam ter as bases suficientes para serem uma equipa competitiva", esclarece
Já o segundo pilar "nada tem a ver com o voleibol, mas sim com as práticas desportivas no concelho de Odemira", continua David Ferreira, acrescentando que o Grupo de Educação Física do AEO "tem uma visão do Desporto Escolar muito peculiar", que passa por proporcionar aos seus alunos "um leque variado de modalidades" que, caso contrário, "não teriam oportunidade de praticar fora da escola".
"Assim sendo, o Desporto Escolar tem um grande impacto na prática desportiva de muitas atletas femininas", frisa o docente, salientando "que muitas destas alunas nunca praticaram desporto federado e reviram-se por completo na visão do Grupo de Educação Física".
Segundo David Ferreira, para a concretização do projeto e seguindo a mesma "linha de pensamento" "foi importante também ouvir as atletas", o que "deu claramente para perceber vários aspetos".
"O primeiro ponto positivo realçado pelas atletas foi o gosto que ambas têm pela modalidade. O gosto pela modalidade permite que todas se divirtam nos treinos e se apliquem nos exercícios propostos pelo professor", diz.
David Ferreira acrescenta que "outro aspeto positivo realçado foi o espírito de união que se vive neste núcleo do Desporto Escolar". "Todas [as alunas] têm as suas fraquezas e forças e a entreajuda é importante para que possam aprender mutuamente", reforça.
A par disso, todas as alunas "realçaram a relação professor-aluno, que a meu ver é das mais importantes pois se não for o professor a incentivar e a criar rotinas de confiança com as alunas, o gosto pela modalidade não cresce e o compromisso das alunas não ocorre", continua.
O docente do Agrupamento de Odemira realça ainda o facto de, no âmbito do projeto, terem sido formadas árbitras, que apitam os jogos do escalão.
"Todas as árbitras foram formadas e certificadas pelo Desporto Escolar, tendo obtido o Nível 1. Houve ainda tempo para que uma das árbitras fosse selecionada para realizar o curso de Nível 2", conclui.