O corte no financiamento das organizações que apoiam cidadãos migrantes nos cinco concelhos do Alentejo Litoral está a ser contestado pelos autarcas da região, que se queixam de discriminação do poder central.
De acordo com comunicado da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Litoral (CIMAL), o território "está a ser discriminado" pelo poder central em matéria de apoio aos imigrantes.
Em causa estão várias organizações não-governamentais (ONG´s) do Alentejo Litoral que "vinham fazendo um trabalho excecional" com os imigrantes, através do Fundo para o Asilo, a Migração e a Integração (FAMI), que foi cortado em abril deste ano.
Estas "ONG´s do Alentejo Litoral viram o FAMI cortar-lhes o financiamento", denuncia a CIMAL, cujos autarcas reuniram, na passada semana, com a secretária de Estado da Ação Social e da Inclusão, Clara Marques Mendes.
No comunicado, são apontados casos como o da Associação para o Desenvolvimento do Torrão, que desenvolve a atividade nos concelhos de Grândola e Alcácer do Sal, e da Associação Cabo-verdiana de Sines e Santiago do Cacém, que viram os financiamentos interrompidos.
"Também o concelho de Odemira, com a maior comunidade de imigrantes do Litoral Alentejano, está nesta altura sem qualquer financiamento governamental para apoiar a vasta comunidade de estrangeiros residentes na região", lê-se na mesma nota.