Os elementos da GUARDIÃO Associação de Nadadores Salvadores do Concelho de Odemira realizaram um total de 14 salvamentos, sem que tenha havido vítimas mortais, nas oito zonas balneares do município que vigiaram no verão de 2024.
Os dados são revelados no relatório final da GUARDÃO relativo à época balnear de 2024, que no concelho de Odemira decorreu entre 1 de junho e 30 de setembro, num total de 121 dias, tendo a associação estado a vigiar as zonas balneares de Almograve (Norte e Sul), Furnas (Mar e Rio), Franquia (Hotel Social e Quebra Mar), Farol e barragem de Santa Clara com um total de 29 elementos.
Segundo o documento, consultado pelo "SW", estas oito zonas balneares registaram uma afluência total de mais de 277 mil banhistas, 14 dos quais acabaram por ter de ser salvos do mar pelos nadadores salvadores da Guardião, na sua maioria portugueses (12) e com até 14 anos (8).
"Comparado com os anos anteriores vemos que aumentou o número de ocorrências nas faixas etárias mais baixas, levando-nos a acreditar que os progenitores destas crianças e jovens podem ter negligenciado a atenção e vigilância", lê-se no relatório.
A GUARDIÃO destaca ainda o facto de terem sido resgatados do mar cinco residentes no concelho de Odemira. Isso "leva-nos a crer que as vítimas, apesar de residirem perto do mar, expõe-se mais ao risco", frisa a associação, acrescentando ser necessário "trabalhar mais junto das comunidades locais, para alertar e educar a melhores comportamentos nos espaços balneares, para evitar riscos e acidentes com gravidade".
O relatório da GUARDIÃO indica ainda que, no último verão, foram também registadas 450 ocorrências nas oito praias que vigiou, uma média de 3,71 casos por dia.
"Comparando com o ano anterior, existe um decréscimo na ordem dos 0,73%, o que pode demonstrar que os banhistas estão mais conscientes para os perigos e que a prevenção está a ser executada de forma correta, diminuindo assim os riscos de acidente nas nossas zonas balneares", destaca o relatório.
O documento adianta que entre as ocorrências registadas, a mais frequente foi a picada de peixe aranha (230), seguida de escoriações (144) e de picadas de insetos (44).
Os nadadores salvadores da GUARDIÃO registaram também cinco casos relacionados com caravelas portuguesas, o que leva a associação a manifestar no relatório "alguma preocupação", devido tratar-se de "uma ocorrência difícil de prever" em que as lesões provocadas "são extremamente graves, deixando normalmente marcas irreversíveis para o resto da vida".
O relatório indica igualmente que a zona balnear vigiada pela GUARDIÃO onde foi registado o maior número de ocorrências foi a praia da Furnas Mar, com 163 situações. Por oposição, na praia da albufeira de Santa Clara registaram-se apenas 18 casos, sendo a zona balnear com menos casos.
No final do documento, a GUARDIÃO apresenta algumas recomendações e necessidades para as próximas épocas balneares, desde logo uma melhoria dos abrigos dos nadadores salvadores, propondo a implementação de torres elevadas "amovíveis, que protejam do sol, calor, vento e frio", além de permitirem uma "melhor visibilidade periférica de toda a praia".
A associação propõe igualmente a aquisição de um Desfibrilhador Automático Externo (DAE) permanente para a praia fluvial de Santa Clara, devido à sua distância face a Odemira, onde estão sediados os meios de socorro, assim como a instalação de mais dois planos rígidos para socorro em situações de trauma, um na praia do Almograve e outro na praia do Farol.
Por fim, a GUARDIÃO propõe também que a vigilância na praia das Furnas Mar passe a ser assegurada por três nadadores salvadores em permanência, devido à extensão e fisionomia do seu areal.