Depois de quatro anos consecutivos sempre a aumentar, o número de crimes participados às forças de segurança nos cinco concelhos do Alentejo Litoral diminuiu (ainda que de forma residual) em 2024.
De acordo com os dados provisórios do Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) 2024, divulgado recentemente pelo Governo, no Alentejo Litoral foram participados, no último ano, um total de 4.066 crimes, menos 10 que em 2023.
Para este resultado foi fundamental a diminuição da criminalidade registada no concelho de Odemira, onde foram participados em 2024 um total de 850 crimes, menos 310 que no período homólogo anterior.
Por oposição, os restantes quatro concelhos da região registaram todos mais crimes participados no último ano. O maior aumento deu-se em Sines, que teve 886 participações (mais 109 que em 2023), enquanto Santiago do Cacém teve o maior número de participações às autoridades: 1.001 (mais 87 que no ano anterior).
Já em Grândola foram registados 714 crimes (mais 32) e em Alcácer do Sal um total de 615 (mais 72).
A redução do número de crimes participados no Alentejo Litoral registada pelo RASI 2024 segue a tendência dos distritos de Beja e Setúbal, em que se incluem os cinco concelhos da região.
No caso do distrito de Beja, que abrange o concelho de Odemira, a criminalidade diminuiu 7,3% em 2024, com um total de 5.371 participações apresentadas às autoridades policiais, menos 425 que no ano anterior. Também a criminalidade violenta a grave diminuiu 4,7% neste distrito de Beja, com 142 casos, menos sete que em 2023.
Neste distrito, o crime mais participado foi a ofensa à integridade física voluntária e simples, com um total de 368 participações (-11,1%). Seguiram-se a violência doméstica contra cônjuge ou análogos (343 participações, -5,2%) e a condução de veículo com taxa de álcool no sangue superior a 1,2 g/l (326 participações, -36,2%).
Já entre a criminalidade violenta e grave, os mais participados foram os casos de resistência e coação sobre funcionários (34, -41,4%), seguindo-se os crimes de roubo na via pública exceto por esticão (27, +12,5%) e a ofensa à integridade física voluntária grave (19, -5%).
Os dados provisórios do RASI 2024 apontam ainda a sinalização de 57 vítimas de exploração e tráfico laboral no distrito de Beja, das quais 30 foram confirmadas. "As (presumíveis) vítimas são principalmente do sexo masculino (49) e nacionais estrangeiros (54), com destaque para nacionais da Índia (15), do Nepal (10), de Marrocos (9) e da Moldova (8)", acrescenta o documento.
No que toca ao distrito de Setúbal, que abrange os concelhos de Sines, Santiago do Cacém, Grândola e Alcácer do Sal, o número de participações caiu 5,1% em 2024, passando de 35.310 para 33.494. A criminalidade violenta e grave diminuiu também 6,3% neste distrito no ano passado, com 1.578 participações, menos 106 que em 2023.
No distrito de Setúbal, o crime mais participado foi a violência doméstica (2.560 participações, +2,3%), seguindo-se a ofensa à integridade física voluntária simples (2.289, +6,8%) e a ameaça e coação (1.688, +3,8%).
Em matéria de criminalidade violenta, destacou-se o crime de roubo na via pública, exceto por esticão (681 participações, +1,2%), seguindo-se o roubo por esticão (222, -10,8%) e a resistência e coação sobre funcionário (151, -41,7%).