Este site utiliza cookies para ajudar a disponibilizar os respectivos
serviços, para personalizar anúncios e analisar o tráfego.
As informações sobre a sua utilização deste site são partilhadas
com a Google. Ao utilizar este site, concorda com a utilização de cookies.
17h27 - quinta, 19/05/2022
Voluntariado e bombeiros
Carlos Pinto
O Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais (DECIR) para 2022 está no terreno, mas este ano os Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Milfontes vão contar apenas com uma Equipa de Logística de Apoio ao Combate (ELAC). De fora do DECIR fica a Equipa de Combate a Incêndios Florestais (ECIN) por "falta de recursos humanos", como revela nesta edição do "SW" a comandante da corporação, Maria João Guerreiro.
Esta acaba por ser uma consequência da enorme crise que afeta o voluntariado, seja ele em clubes desportivos ou associações culturais, seja em entidades tão fundamentais para nossa vida coletiva como são as instituições socias ou as corporações de bombeiros.
Sabemos que há muito que o voluntariado deixou de ser atrativo. Muito dele assentava no apego ao bem comum, à vontade de construir algo e ao desejo de contribuir para a sua comunidade. Mas com o passar dos anos, os velhos "carolas" foram afastando-se deste movimento, sem que as novas gerações tenham despertado para esta realidade (e para a sua necessidade). Não só por desinteresse, mas também porque as exigências colocadas a quem tem de gerir/dirigir estas instituições são hoje muito maiores sejam elas fiscais, laborais ou monetárias.
Apesar desta nova realidade, muitas destas entidades continuam a prestar um serviço essencial para as nossas comunidades. Veja-se as instituições sociais, que têm de assegurar a gestão de centros de dia, lares de terceira idade ou unidades de cuidados continuados. Mas também as associações humanitárias de bombeiros voluntários, responsáveis pela resposta a emergências médicas e de proteção civil. Tudo repetimos com base no voluntariado e na boa vontade dos seus dirigentes.
Ora esta é uma realidade que urge repensar e rever. Não exterminando o voluntariado, que tem isso sim de ser ainda mais acarinhado e incentivado. Mas áreas como a proteção civil têm, de uma vez por todas, ser cada vez mais profissionalizadas. E nesse âmbito, cabe ao Estado dar a resposta que se exige, colocando os bombeiros no mesmo plano que os militares da GNR ou os agentes da PSP, por exemplo.