10h08 - quinta, 26/09/2024
O que anda o Estado a fazer?
Carlos Pinto
O Centro Local de Apoio à Integração de Migrantes (CLAIM) que a Associação Cabo-Verdiana de Sines e Santiago do Cacém dinamizava nesta primeira cidade do Alentejo Litoral acaba de encerrar
por "falta de financiamento público" desde janeiro deste ano.
Tal como o "SW" dá nota nesta edição, este CLAIM efetuava entre "400 a 500 atendimentos" mensais a cidadãos migrantes, além de promover também o programa de apoio escolar e ocupação de tempos livres "Ocupacit@", que dava resposta a 42 crianças e jovens".
"O encerramento deve-se à falta de financiamento público desde janeiro de 2024, tornando insustentável manter os recursos humanos e os serviços ativos", justifica a associação.
Tudo isto já levou o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, a solicitar uma audiência com caráter de urgência ao Governo, mas muito provavelmente as suas pretensões irão cair "em saco roto".
O sucedido ao CLAIM de Sines é mais um exemplo de como o Estado continua a funcionar mal, enredado em pareceres e mais pareceres, que encravam a máquina burocrática e têm, como resultado finais, situações como esta.
Sendo inaceitável que qualquer tipo de resposta de natureza social encerre por falta de financiamento, é ainda mais incompreensível que tal aconteça numa área a de integração de migrantes em que os problemas no país são mais que muitos e exigem uma resposta concreta, assertiva e determinada.
Por tudo isto, espera-se que este encerramento seja efémero e que se resolva rapidamente a questão do financiamento. Caso contrário e mais uma vez , o Estado fica muito mal na fotografia, motivando mesmo uma questão: afinal, o que anda o Estado a fazer?
2. Tal como em 2017, 2018, 2019, 2020, 2021, 2022 e 2023, o flagelo dos incêndios atingiu em cheio Portugal. Desta feita, a tragédia teve por palco os distritos de Aveiro, Porto, Braga, Vila Real e Viseu, mas o guião parece ter sido o mesmo de sempre: ausência de planeamento e ordenamento florestal, incúria na limpeza dos terrenos e falta de meios para os bombeiros fazerem face à voragem das chamas. Será que nunca vamos aprender?
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