O movimento ambientalista "Juntos pelo Sudoeste" (JPS) considera que a resolução aprovada pelo Parlamento vai permitir que a região do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina passe de parque natural a "parque agro-industrial de contentores".
Em comunicado enviado ao "SW", o movimento "saúda a análise deste tema em Lisboa e a preocupação de reforçar as infraestruturas e serviços públicos, como escolas, creches,
centros de saúde, finanças, segurança social e forças de segurança, bem como a constatação das condições degradantes em que vivem muitos imigrantes que trabalham na agricultura intensiva".
No entanto, o JPS manifesta a sua "forte preocupação" com o facto de a resolução relegar "para segundo plano a necessidade urgente de preservação dos valores ambientais do PNSACV", considerando que "com esta atitude omissa, há, portanto, a clara confissão de que os senhores deputados desconsideram por completo, entre outros, um diploma tão fundamental como a Lei de Bases do Ambiente".
O movimento contesta igualmente o facto de a resolução propor que o Estado responda às necessidades da agricultura intensiva da região "ao recomendar ao Governo uma série de medidas relacionadas com as milhares de pessoas das quais dependem estas culturas intensivas",
"Confirma-se, assim, uma estratégia ecocida, que compromete a sustentabilidade do PNSACV, assim como os compromissos assumidos por Portugal a nível europeu, em matéria de protecção ambiental", argumenta.
Os ambientalistas do JPS lembra ainda "que o avanço descontrolado das explorações agrícolas tem vindo a arrasar um património natural único e de riqueza incalculável, a esgotar a já debilitada reserva de água da barragem de Santa Clara e a provocar uma imigração massiva o que, só por si, também acarreta consequências sérias ao nível da coesão social e ambiental, e não apenas na habitação, serviços e infra-estruturas públicas".