12h17 - quinta, 21/12/2023
Os desafios para 2024
Carlos Pinto
O ano de 2023 está a chegar ao fim e deixa muito para contar, seja na região, no país ou no mundo. Como sempre, este ano voltou a ser marcado por muitos acontecimentos, alguns previsíveis e muitos mais inesperados, que ajudaram a moldar aquilo que ficará para a história relativamente a estes 12 meses.
Mas mais importante que avaliar o que se passou ao longo de 2023, o que devemos agora é, desde já, começar a perspetivar o que poderá ser 2024. Este é o tempo de definir estratégias e traçar metas, para que os resultados a alcançar sejam os desejados (e necessários).
No que ao Alentejo Litoral diz respeito, uma das prioridades em 2024 será, seguramente, a questão da água. A seca já não é um problema transitório ou temporal, mas sim uma realidade que veio para ficar. E quando verificamos que a barragem de Santa Clara vai entrar no novo ano com um volume de apenas 31% da sua capacidade máxima, é da máxima urgência que no próximo ano avancem os investimentos anunciados pelo Governo para esta albufeira.
Ao mesmo tempo, exige-se a criação de regras justas e claras para a atribuição deste importante recurso às atividades económicas que dele dependem, para que estas possam continuar a produzir sem colocar em causa o abastecimento público, que tem de ser a prioridade máxima.
Em simultâneo, 2024 tem de ser o ano em que se começam a dar passos concretos no anunciado processo de "descarbonização" da economia nacional, onde Sines vai ter um papel essencial. Que neste próximo ano não nos limitemos a anúncios e mais anúncios de milhares de milhões de euros e que os investimentos previstos possam, finalmente, começar a ser uma realidade.
Associada a esta questão, que em 2024 sejam igualmente esclarecidas todas as dúvidas e suspeições levantadas pela Operação Influencer, que colocaram o país em alvoroço (político e social), levaram à queda do Governo e fizeram aumentar as críticas ao sistema judicial português.
E por fim, que 2024 seja um ano de afirmação da Democracia em Portugal. Primeiro, com umas eleições legislativas (e europeias) participadas e esclarecedoras, em que a sensatez e a ponderação se sobreponham aos discursos populistas e radicais. E depois com as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, momento que se deseja de festa e, acima de tudo, de afirmação da Liberdade e dos valores democráticos.
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